A Corte do Ar: o livro da capa bonita

14:40:00

Saudações!

Venho, pela primeira vez, trazer a minha opinião sobre um livro. Eu ando muito lenta com a minha leitura, tenho estado ocupada com muitas coisas inúteis e acabo deixando de ler.

Eu comprei esse livro há uns dois anos, e eu comprei pela capa - sim. É uma capa linda, muito caprichada. É da Saída de Emergência, um selo de ficção e fantasia da Arqueiro/Sextante. Ele chama a atenção de qualquer um que o vê em uma livraria.




Eu tava bastante animada com esse livro. Sempre quis ler algo de steampunk - que é um subgênero da ficção, misturando histórias (ou algum universo paralelo) do passado com tecnologias avançadas - mas nunca havia tido uma oportunidade, então quis mergulhar na história de cabeça.

O problema é que eu não entendi nada do que tava acontecendo ali.

A livro começa bem. Logo no começo já tem ação, assassinatos e fugas frenéticas. As coisas são apresentadas aos poucos, como o país em que se passa a história - chamado Chacália - e as organizações secretas.
O problema é que, depois que Molly e Oliver fogem, a leitura diminui bruscamente de ritmo. Começamos com capítulos alternando somente entre os dois órfãos, que têm passados misteriosos. Molly passa a ser perseguida por um terrível assassino - um cartola, como chamam esses serial killers - e Oliver é acusado de assassinar seu tio, seu único parente vivo. Meus personagens favoritos são os homens-vapor pois são criaturas muito curiosas - robôs que têm alma, sentimentos, pensamentos - e são os personagens que chegaram mais perto de me cativar. Oliver é um porre, a Molly é engraçadinha. Ver'frey (acho que é assim que se escreve) é outra personagem interessantíssima - uma menina meio caranguejo, com uma poderosa carapaça - mas aparece quase nada na história. O Comodoro Black chega a ser legal, assim como o Nickleby. Harry Stave é irritante. Tzlayloc (o vilão) tem uma história tão confusa que não sei de onde ele saiu - só uma turva ideia.
Não posso dizer que a história não seja interessante, porque é. Mas as informações são jogadas de um jeito muito, muito confuso, e eu só descobri que tinha um glossário no livro porque fui ver, pelo amor de Inês, quantas páginas ainda faltavam pra eu terminar o livro. A narrativa de Hunt é chata, cansativa. Ele enrola em cenas desnecessárias, como as muitas viagens de Molly e Oliver, e acelera - muito - em cenas que poderia ter explorado mais, como as cenas de batalha. O livro me dá sono como só o Silmarillion me deu antes - um dos poucos livros que não consegui terminar de ler, mas tenho fé que um dia eu termino.
Diversas vezes eu tive que parar, esfregar os olhos e ler tudo de novo. Tem vezes que muda totalmente de assunto de um parágrafo pro outro. Outra coisa que não facilita a leitura são os nomes complicadíssimos de ler e decorar. Eu sempre tive um pouco de dificuldade com nomes, mas com esse livro foi outro nível. Pra piorar, depois de mais ou menos 100 páginas, cada capítulo é narrado por um personagem - não mais só pela Molly e Oliver, e às vezes o mesmo capítulo tem vários sub-capítulos, narrados por vários personagens diferentes -, e na maioria das vezes eu fiquei sem entender o que caralhos tava acontecendo até a metade do capítulo.
Outro problema que eu encontrei é que os dois começam totalmente perdidos e, de repente, eles entendem tudo. Alguma coisa do livro eu devo ter deixado de ler, não é possível. O Oliver, do nada, começa a entender os seus próprios poderes, e ainda mais de repente, ele aprende músicas e feitiços.
Me dói dizer que não consegui terminar. Escrevendo essa resenha, ainda pretendo tentar continuar, mas a leitura se tornou penosa. Eu estou lendo Peter Pan ao mesmo tempo pra tentar relaxar os nervos e voltar com mais calma, e se eu conseguir terminar eu conto aqui o que achei do final.

Achei que o problema era comigo, que eu não tava gostando porque tava lendo devagar, que o sono vinha por causa da minha nova rotina. Mas procurei resenhas na internet - na esperança de ler o final e me poupar de ler as últimas 100 páginas - e vi que isso não aconteceu só comigo.

Sinceramente, eu não recomendaria esse livro a ninguém. Um dia, tentarei lê-lo mais uma vez, com calma e paciência. Mas, no momento, com a minha leitura atrasada como tá, eu não consigo. O livro tem um enredo muito interessante, a história foi muito bem pensada - todos os governos, instituições, personagens, os deuses e criaturas mágicas - mas é tudo muito jogado, muito confuso. Pelo que vi, essa é uma série de seis livros, o que me desanima ainda mais a continuar lendo - pois não vou ter paciência pra ler os próximos.

Se você tiver paciência - muita - pra ler, pode gostar. Mas se tiver em busca de um livro rápido e envolvente, esse não é o livro certo.

A Corte do Ar
Autor: Stephen Hunt
Série: Jackelian - Livro 1
Ano: 2013
Páginas: 544
Avaliação: Mediano

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